O FATOR MARINA SILVA
Marina Silva filiou-se ao PSB de Eduardo Campos. Para muitos
ela será a vice na chapa para presidente da república, com Campos na cabeça.
Como se sabe Marina tentou registrar um partido, o Rede Sustentabilidade, que
reunia elementos diversos da esquerda, direita e centro. Tanta diversidade fez
Marina repetir a famosa frase de Kassab: “nosso partido nem será de direita,
nem de esquerda e nem de centro”. Além disso, ela foi adiante e afirmou
que a Rede era uma forma diferente
de se fazer política. Só não explicou
como fazer isso tendo apoio de políticos profissionais...
A história de Marina confunde-se com a do PT, principalmente
no Acre. Ela fez parte das bases do grupo de Chico Mendes, um destacado herói
defensor da selva amazônica e dos trabalhadores seringueiros. Ele foi
assassinado de forma bárbara e sua fama , que já era internacional, aumentou
consideravelmente. Marina Silva é sua grande herdeira política. Já foi
senadora, ministra do governo Lula e candidata à presidência da república em
2010, sendo muito bem votada.
O bom desempenho eleitoral de Marina em 2010 fez dela uma
carta especial no baralho das eleições em 2014. Ela pode forçar um segundo
turno (como em 2010), mas pode, inclusive, tirar o PSDB do segundo turno. No
caso da aliança com Campos, ela torna a candidatura do PSB competitiva. Como
Dilma está bem nas pesquisas, o PSDB tem que se preocupar.
A aliança entre Marina e Eduardo Campos tem alguns
problemas. Ela é defensora de políticas de sustentabilidade ambiental, o que se
costuma chamar de Desenvolvimento Sustentável. Isso quer dizer impor limites,
ou mesmo impedir, obras públicas como hidrelétricas e outros tipos de usinas,
como a nuclear. Já Eduardo Campos é um defensor do desenvolvimentismo (tal como
Lula e Dilma). Como eles chegaram a um consenso sobre essa aliança ainda é um
mistério.
Um outro problema em Marina é sua filiação ao
fundamentalismo religioso evangélico. Ela teve até a infeliz ideia de se
solidarizar com Marco Feliciano quando ele se viu cercado de críticas. O PSB é
um partido laico e em seu programa consta a defesa do Estado laico. Se laicismo
e fanatismo religioso são dois polos opostos como é que eles chegaram a um
acordo sobre esse tema?
Marina foi candidata em 2010 pelo PV (Partido Verde),
posteriormente ela puxa, junto com lideranças de vários partidos, o Rede
Sustentabilidade que, em suas palavras, seria “uma nova forma de se fazer
política”. Nunca ficou muito claro o que seria essa nova forma. Vários políticos
tradicionais, da direita, esquerda e centro estão com ela. Velhas raposas da
política a apoiam. O pior de tudo é que o Rede teria que se registrar como
partido político, ou seja, a “novidade” teria que usar um traje tradicional.
Não conseguiram o número mínimo para registrar o partido. É bom lembrar que o
PSOL teve que passar pelo mesmo processo e conseguiu. Já a “grande novidade” de
Marina não conseguiu passar pelo primeiro teste. Melhor para o PSB.
Aristóteles Lima Santana, 15/10/2013.
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